
Os meios e formas de acesso à informação mudaram e evoluíram completamente ao longo do tempo. De um rabisco primitivo nas cavernas ao Google, a espécie humana mudou sua forma de contato com a informação de todas as maneiras possíveis e imagináveis. Inclusive, passando pela desinformação.
Atualmente já existem estudos sobre o impacto que o volume de informações ofertadas às pessoas causa em nossa mente e comportamento. O nível de estresse aumentou consideravelmente devido ao aumento de estímulos.
E a informação não vem só na forma escrita, mas atinge todos os nossos sentidos: visão, audição e até olfato, tato e paladar.
Porém, é claro que além do fator estresse, ter acesso à informação é de extrema importância e condição básica para a sobrevivência humana. Haja vista que, até hoje, ainda estudamos aqueles rabiscos primitivos das cavernas, tentando entender como vivam nossos ancestrais, seus hábitos e formas de vida. O acesso à informação permeia com a mesma importância passado, presente e futuro!
28 de setembro: Dia Internacional do Acesso à Informação
O Dia Internacional do Acesso Universal à Informação foi criado pela Unesco em 2015 e é comemorado em 28 de setembro. Ele tem por objetivo, por exemplo, incentivar a criação de uma sociedade cada vez mais inclusiva, e fazer com que os governos se tornem cada vez mais digitais, disponibilizando de forma mais fácil e eficaz a informação à população.
A diretora-geral da Agência da ONU para a Educação, Ciência e Cultura, Audrey Azoulay, afirma que a falta de acesso a informações confiáveis pode custar vidas, como pudemos ver durante a pandemia do Covid-19 e a volta de doenças já erradicadas no Brasil, devido à falta de incentivo para a continuidade da vacinação.
Segundo o portal da PUCRS, o Ministério da Saúde recebeu 9.900 mensagens solicitando verificação sobre a confiabilidade de informações a respeito do coronavírus no período entre 21 de janeiro e 12 de março de 2020. Dessas 9.900 mensagens, 8.910 eram falsas e apenas 495 eram verdadeiras.
A falta de acesso à informação representa um retrocesso evolutivo, podendo causar mortes e, como citado acima, condições sociais inaceitáveis, como a volta de algumas doenças que já haviam sido erradicadas por falta de disposição da população a se vacinar.
Lei de Acesso à Informação
Muitas pessoas não sabem, mas no Brasil, o acesso à informação pública é um direito constitucional de todo o cidadão estabelecido pela Lei 12.527 de 2011, Lei de Acesso à Informação (LAI). Ela regulamenta o acesso do cidadão a todos os dados públicos, o que significa que toda informação produzida pelo Estado é um bem público e que qualquer pessoa pode ter acesso.
Esse direito já era assegurado pela Constituição Federal de 1988, mas foi no governo Dilma Rosself que a lei foi sancionada.
De Fake News o mundo está cheio…
Como falamos no início do texto, junto com a informação, vem a desinformação. E pior do que a falta da informação em si é o uso de falsas informações como se fossem verdadeiras: as tão conhecidas fake news.
Em um mundo que preza pelo conhecimento e acesso à informação, onde existe uma abundância enorme de mensagens, textos, imagens, é de extrema importância a fonte dessa informação, ou seja, se certificar de que o acesso seja a informações confiáveis.
O acesso à informação é imprescindível para o exercício da cidadania e para o combate à corrupção. É importante que o cidadão consulte os sites ou portais de transparência da Prefeitura e da Câmara de Vereadores, verifique se as informações de que ele necessita estão disponíveis e, se no seu município houver alguma irregularidade, comunique o fato à Promotoria da Justiça.
Certamente um dos maiores benefícios do acesso à informação é fortalecer os sistemas democráticos. Dessa forma, o cidadão possui acesso à informação correta para que possa refletir e tomar suas decisões com clareza.
A própria Lei de Acesso à informação também aborda os prejuízos causados pelas notícias falsas (fake news) e como combatê-las.
Procure sempre fontes e órgãos oficiais e confiáveis de informações! Não caia em fake news. Mas, nem sempre isso é tão fácil… então, separamos aqui algumas dicas para que você possa verificar se a informação que chegou até você é de confiança.
Dicas de como ter acesso à informação confiável
Existem alguns meios de checar se uma informação é verdadeira ou não. Vamos citar os principais aqui. Confira e fuja das fake news:
Pesquise mais de uma vez: não confie cegamente nos primeiros resultados de uma pesquisa. Tente fazer a busca usando termos diferentes (ou até mesmo cruzando termos). Revise e questione os resultados que aparecerem, veja se estão de acordo com o assunto que você busca. Uma boa dica é usar a opção de “busca avançada” ou buscar em portais de artigos acadêmicos, como Google Acadêmico, Scielo, IBGE.
Verifique a fonte da informação: essa é a dica de ouro! Chegou uma informação para você, seja por mensagem, busca na internet, vídeo de um cara que diz que é médico ou um parente te contou: confirme a fonte. De onde essa informação realmente vem? Se não tiver como chegar na fonte, pesquise sobre a informação ou o tema e confira se ela existe em mais algum lugar. Você também pode ver se essa informação vem com alguma referência: onde foi publicada, por quem, se cita algum estudo. Vá atrás e confira.
Leia as entrelinhas: veja o que está ao redor dessa notícia. Muita propaganda, erros de ortografia, expressão de um ponto de vista muito claro e radical? Desconfie! Se uma notícia possui muitos erros de português é porque ela não passou minimamente por uma revisão, por exemplo. Se há muitos pontos nessa mensagem querendo te “enganar”, distrair ou não contar de onde aquela informação vem, provavelmente não é confiável.
Faça sua parte
Segundo o Massachussetts Institute of Technology (MIT), uma informação falsa se espalha 70% mais rápido que uma informação verdadeira, infelizmente. Portanto, é importante que cada um esteja atento na hora de receber e, principalmente, repassar informação. Nem sempre esse trabalho é fácil, mas vamos concordar que vale a pena.
Garantir que todas as pessoas tenham acesso à informação de qualidade faz parte das nossas obrigações como ser humano, pois a informação não acaba aqui, ela perdurará por milênios, assim como as pinturas nas cavernas.
Portanto, garantir que todos tenham acesso à informação de qualidade passa por você também!