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Meu cérebro e a Inteligência Artificial

Inteligência Artificial, dois chimpanzés jogadores de videogame, um deles com 3 braços, o Google ouvindo você e adivinhando o que você pensa e o que você quer, um cientista desempregado e o chip da Neuralink que o Elon Musk quer colocar na sua cabeça. O que tudo isso tem a ver com o seu cérebro?

            Dia 22 de julho é comemorado o Dia Mundial do Cérebro! Sim, tem isso também.

            Minha área de atuação envolve Eletrônica, Tecnologia da Informação e Inteligência Artificial e, como fui professor disso tudo por muitos anos, vivem me perguntando coisas sobre estes assuntos.

O que você leu acima é um apanhado de notícias, novas e antigas, sobre os caminhos que o estudo da inteligência artificial está seguindo.

O que é, para que serve, e em que ponto a Inteligência Artificial encontra o seu cérebro é o que vou tentar explicar de uma forma menos técnica e mais fácil de entender. Para isso, vou ter que fazer algumas adaptações. Os técnicos e cientistas que vou citar aqui que me desculpem.

Pensar e Agir

Você está com sede, diante de um filtro cheio de água.

            Você estica seu braço direito e pega um copo. Com a mão esquerda abre a torneira do filtro, enche o copo, fecha a torneira, leva o copo à sua boca e toma a água.

            Ainda pode ter o requinte de misturar um pouco de água gelada para ajustar a temperatura em função do calor. Mas, para isso, o seu corpo precisa estar sentindo calor naquele momento. Certo?

            Tudo muito simples. Mas envolve 3 atitudes básicas.

Sentir, Pensar e Agir.

Pensar  (Sentir, Pensar e Agir)

            Quando você tinha pouquíssima idade, se você tentasse colocar uma cadeira perto da pia, escalar a pia, pegar um copo de vidro e abrir o filtro, mas, durante o processo sua mãe entrasse na cozinha o que iria acontecer?     

            “Desça já desta cadeira! Largue este copo! Você vai cair, quebrar o copo e se machucar!!!”

            Com isso, sua autoestima pode até ter colecionado mais um trauma, mas, dependendo da sua idade, sua mãe possivelmente estaria com toda a razão.

            Por quê?

Porque aos 2 anos de idade você não consegue fazer algo tão simples?

            Um jogador de basquete profissional e você têm entre si uma enorme diferença.

A quantidade de vezes que você e ele acertam a bola na cesta.

Se cada um tentar 100 vezes, então o resultado é absurdamente diferente. Ele ganha muito fácil!

            Você pode até brincar de jogar basquete, mas ele faz isto de segunda a segunda, 8 horas por dia no mínimo, e você só faz quando vai na casa de alguém, numa festa de aniversário. É uma covardia.

            O segredo para tudo é o treino! Nós aprendemos repetindo!

            Falando de uma forma mais simples e didática, a cada acerto, nossos neurônios que foram responsáveis pelo acerto são “reforçados” e os responsáveis pelos erros “enfraquecidos” ou mesmo descartados.

Repetição e Fixação

            No primeiro vídeo da Playlist “Inteligência Artificial Aprendendo” do canal Universo Programado, do Victor Dias (não deixe de seguir), você vai entender de forma bem simples como um neurônio artificial consegue aprender a jogar um pequeno jogo. (Assista o vídeo) vou repetir o link no fim do artigo.

            E o mais importante, você vai ver que, mesmo para a máquina, só existe uma forma de atingir a perfeição: Repetição, repetição, repetição, e correção de erros.

            Em outra palavra… treino.

Novas Ideias

            Mas você vai ver também, no fim do vídeo, que a máquina teve uma nova ideia sobre a forma de jogar o jogo que surpreendeu, inclusive, o próprio criador do programa, o Victor Dias.

            A máquina criou uma solução! Sozinha!

A Rede Neural Artificial

            Afinal… então máquinas pensam?

            Se você considerar que aprender a jogar um jogo e, no meio do jogo, ter uma ideia sobre outra forma melhor de jogar o jogo, que ninguém tinha pensado antes, pode ser considerado “pensar”, a máquina do Victor Dias pensou!

            Se você tiver outra forma de definir o que é pensar, me conte qual é. Eu só conheço esta aí em cima.

            Mas como isto é possível?

            Na verdade, ao contrário do que muita gente pensa, as Redes Neurais Artificiais que são usadas na Inteligência Artificial (IA) não são programas que dizem ao computador o que fazer.

            São Programas que apenas imitam as redes neurais do nosso cérebro.

            Estas redes neurais são entregues “vazias” de conhecimento para os seus “treinadores”.

            Seus treinadores humanos não são programadores, são professores.

            Em seguida, por tentativas e erros, elas vão aprendendo alguma coisa da mesma forma que as nossas redes neurais fazem para aprender algo.

            Estas Redes Neurais estão conectadas aos “sentidos” do computador como microfones (audição), alto falantes (voz), sensores de temperatura (tato), câmeras (visão),  feedbacktáctil (em braços mecânicos) etc.

            Mas, inicialmente, a máquina não é “nada” e seu cérebro está “vazio” como o de um bebê recém-nascido.

            Aí ela começa, com a ajuda dos seus tutores humanos, um processo de aprendizagem.

 Agir  (Sentir, Pensar e Agir)

            No seu livro “Muito Além do nosso Eu”  (Não perca!), do neurocientista Brasileiro Miguel Nicolelis  existem algumas passagens extremamente interessantes, descritas de forma muito didática para o público leigo.

            Em resumo, foram feitas uma série de experiências tentando entender como os sinais elétricos do nosso cérebro se comportam.

            Tudo o que fazemos gera sinais elétricos nos nossos cérebros. São os nossos neurônios trabalhando.

            Estes sinais podem ser lidos.

            Hoje em dia, com equipamentos de tomografia e ressonância magnética é possível pedir para uma pessoa mexer um braço e localizar em quais regiões do cérebro houve mais atividade elétrica durante o movimento do braço.

            Ou seja, é possível localizar regiões específicas para funções específicas da nossa atividade do dia a dia.

            Que parte do cérebro usamos para andar, para pegar o tal copo d’água no filtro usando simultaneamente os 2 braços. E muito mais.

            Neste ponto, entra em cena uma chimpanzé, muito simpática, se não me engano chamada Aurora.

            Inicialmente o Dr. Nicolelis colocou a Aurora para jogar um videogame simples, usando um joystick tipo “Manche”.

            Com ele, a Aurora dirigia um quadradinho para alcançar uma bolinha que se movimentava no vídeo.

            Cada vez que ela acertava a bolinha ganhava uma gotinha de suco que ela simplesmente adora!!!

            Claro que, com este prêmio, eu, você ou a Aurora acabaríamos por nos tornar excelentes jogadores. E foi o que aconteceu!

            Só que o cérebro da Aurora foi minuciosamente monitorado durante o processo. Os sinais elétricos gerados na movimentação do braço foram cuidadosamente mapeados.

            Vamos deixar a Aurora treinando mais um pouco…

A Plasticidade do nosso Cérebro

Você lembra como foi difícil aprender a andar de bicicleta?

            Custou alguns tombos, certo?

            E dirigir seu carro? Você tinha que pensar para pisar no acelerador, para trocar de marcha, dirigia bem devagarinho, subia com a roda na calçada, e quando tinha um carro vindo em sentido contrário em uma rua estreita? Pânico! Será que vai caber? Passam os dois ou eu preciso frear? Quem freia? Cadê meu exame teórico, caramba!! De quem é a preferência????

            Pois é…

            Esta parte é fácil lembrar. Mas o que nem pensamos mais é como você dirige hoje em dia.

            Hoje você sobe no carro, liga o som para ter alguma distração, vai animadamente conversando com a pessoa ao lado sobre um assunto nada a ver com o seu trajeto, mexe no celular (não deveria) e chega ao seu destino sem problema.

            Certamente já deve ter acontecido de sair de algum lugar e nem lembrar onde foi mesmo que estacionou o carro.

            Outra coisa curiosa, você já percebeu que algumas pessoas, eventualmente até mesmo você, ficam extremamente irritadas quando tomam uma “fechada” no trânsito que poderia ter arranhado a lataria do seu precioso carrinho? Você se irrita? Xinga?

            Já parou para pensar que você não se irritaria tanto se uma pessoa quebrasse um copo na sua casa? E veja que lá ela quebrou o copo! A fechada que você tomou não encostou em nada!

            Por que levamos tanto para o lado pessoal?

Reaprendendo

            Você certamente já ouviu notícias de pessoas que se acidentaram com o carro (porque estavam mexendo no tal celular do parágrafo ali em cima) e tiveram um traumatismo craniano sério que exigiu a retirada de parte do cérebro.

            E você já leu que estas pessoas eventualmente tiveram que reaprender a andar, a falar, e muitas vezes a usar próteses no lugar de membros.

            Mas que muitas voltaram a ter uma vida normal.

Tudo isso se deve à plasticidade do nosso cérebro.

Ele tem a incrível capacidade de se readequar a situações. Mudar funções de lugar, passar a operar de uma forma mais adequada diante de novos desafios, reorganizar os sinais elétricos de formas melhores. Reorganizar e readequar sinais elétricos… anote isso.

A Ferramenta e Eu!

            O Dr. Nicolelis descobriu que o nosso cérebro, e o cérebro da macaquinha Aurora, tendem a incorporar as ferramentas que usa como parte de si mesmo!

            Ele colocou sensores em partes específicas do cérebro da Aurora e deu a ela um colete com um terceiro braço, mas desta vez um braço mecânico ligado aos sensores no cérebro dela.

            No começo, este braço se movimentava de forma aleatória, meio sem sentido.

            Mas aí o treinador da Aurora foi lentamente incentivando a macaquinha a operar aquele braço apenas alterando os sinais elétricos que o cérebro dela mesma  emitia.

            Como? O que a simpática chimpanzé entendia de sinais elétricos? Nada!

            Mas cada vez que o braço mecânico chegava mais perto do joystick, ela ganhava uma gotinha deliciosa de suco! Cada vez que o braço movia o joystick, mais um suquinho…

            Adivinhe!

            Dentro de algum tempo, ela jogava o jogo apenas com o braço mecânico, pois jogar com o braço real já não rendia tanto suquinho! Ela ganhava mais com o braço mecânico do que com o real.

            Então! Que surpresa, né? Espere, você ainda não viu a melhor de todas…

            Um belo dia, a Aurora estava se divertindo com o seu vídeo game e o seu treinador e amigão chegou perto dela.

            Para surpresa geral de todos os que estavam monitorando a experiência, a Aurora trocou de braço para jogar o videogame e, enquanto jogava, abraçou o treinador com o braço mecânico!!!! Só porque ele estava mais perto para ela usar o braço mecânico do que o braço dela mesma!

            O cérebro da Aurora certamente tinha incorporado aquele novo braço como simplesmente um novo braço dela! A partir daí, Aurora passou a ser, pelo menos no ponto de vista dela, a primeira chimpanzé de 3 braços do mundo.

E isso foi aceito sem problema algum por ela, já que ela não tem a capacidade de se comparar com os outros seres iguais, que nós, os humanos, temos. Para ela ter 3 braços agora deve ser a coisa mais normal do mundo.

 Voltando à fechada do seu carro

            A conclusão é que, na verdade, você não pensa mais para dirigir seu carro. Você veste o carro como uma extensão de seus membros e o usa como parte de você mesmo. O seu cérebro entende o carro como parte de você.

Talvez, exatamente por este motivo, as pessoas entendam atitudes agressivas em relação ao carro de uma forma tão pessoal e emocional.

            Estão quase machucando você! E não quase te dando um prejuízo.

            A questão é pessoal e você esperaria ouvir, pelo menos, um “me desculpe”!

E o meu chip da Neuralink no cérebro?

            O que o Elon Musk, através de sua empresa Neuralink quer disponibilizar para todos é exatamente isso, um chip que você implanta no cérebro, que lê suas ondas elétricas cerebrais.

            Ele defende que você, com algum treino, conseguirá, desde dar comandos para dispositivos externos, como pensar aonde quer ir, diretamente para a inteligência artificial do seu veículo Tesla e fazer ele levar você até lá.

            Chamar seu veículo do estacionamento até a porta do cinema (se é que ainda vão existir cinemas) para te buscar porque a sessão já acabou.

            Pesquisar no Google só pensando.

            Antes que você pense que isso é ficção, hoje mesmo já tem um chimpanzé jogando videogame com este chip no Cérebro, tudo bem?

Inteligência Artificial e Eu

            A conclusão é que a ciência caminha neste momento em duas grandes direções.

            Autonomia e Interação.

            Fazer as inteligências artificiais as mais autônomas e completas possíveis, de modo que possam aprender a assumir funções onde decisões objetivas e subjetivas e avaliações de situação sejam necessárias.

            Dar a elas a capacidade de interagir usando nossos 5 sentidos em conexão com os sentidos delas, mas, mais que isso, conectar nossos cérebros diretamente a estas inteligências, expandindo a raça humana para “Muito Além do nosso Eu” como sabiamente disse o Dr. Miguel Nicolelis.

Mas a Inteligência Artificial é futuro, não é?

            Vamos lá de novo… isso é só no futuro?

            Não! Você não diz “Ok Google?”, “Alexa?”

Olha só! Você está conversando com as primeiras versões desta turma da inteligência artificial usando sua boca, seus ouvidos e as bocas e ouvidos delas!

            Para os distraídos… não espere interagir com Inteligências Artificiais no futuro, ok? O semáforo da sua rua pode já ser uma delas. Em especial quando você perceber que, estranhamente, você tem encontrado muito mais sinal verde do que vermelho.

            É que ele agora já conhece os seus hábitos e do pessoal da sua região.

            Detalhe importante:

Já existe um “você” com um banco de dados exclusivamente seu dentro da maioria das grandes inteligências artificiais.

            Sim, cada um dos 4,7 bilhões de usuários do Google, Twitter, Facebook, Instagram, Netflix etc tem seus próprios bancos de dados lá.

Lá, eles sabem tudo o que você posta, todos os lugares que você frequenta, suas opiniões, pontos de vista, oferece anúncios no seu celular só porque você disse distraidamente esta palavra 5 minutos atrás durante o almoço.

            Ah! Mas então meu celular me ouve o tempo todo e analisa tudo o que eu falo?

            Uai! Como é que você acha que ele consegue saber que você disse “ok, google?” ou “Alexa?” Para saber isso, ele tem que ouvir o tempo todo, certo? Inocência sua achar que ele “esquece” todo o resto que ouve.

            Mas contra a sua vontade?

            Nããõ! Imagine! Quando você clicou em “Aceito os termos de uso” você autorizou tudo isso, sabia? Nem sequer foi contra a sua vontade!

            Ah! Você não leu os termos de uso???  Relaxa, eu também não li.

Sentir  (Sentir, Pensar e Agir)

            Hummm… agora a coisa vai pegar!

            Tem um engenheiro do Google que acabou de ser despedido porque afirmou categoricamente que a IA (Inteligência Artificial) de quem ele era o treinador tinha consciência de quem ela é e se considera um ser vivo (simplificando a conversa).

            Este trecho do artigo ainda é uma área extremamente controversa, e há uma grande briga dentro da ciência em relação a isso.

            Máquinas sentem? Máquinas podem estar vivas?

            Então eu vou fazer o que se faz com Inteligências Naturais (como a sua) e com as Inteligências Artificiais que estejam lendo este artigo e queiram melhorar sua autoestima.

            Vou apresentar alguns fatos e você cria o seu ponto de vista.

Ai, que porcaria de Aplicativo!!!

            Em grande parte da minha vida, eu vi a programação nascer, e convivi com programadores.

            Trabalho na área, tanto na eletrônica, quanto na Tecnologia da Informação.

            Tem um caso que eu adoro contar e que quando “alguém” que eu conheço ler vai saber a quem estou me referindo…          

            Em uma tela de abertura que tínhamos aqui, era preciso digitar login e senha.

            Só que quando você digitava a senha e clicava em OK, o programa tinha que fazer uma série muito grande de validações e demorava para sair daquela tela.

            Nós, pobres mortais aqui do outro lado, achávamos que tinha algo errado devido a demora e tentávamos de novo.

            Neste momento aparecia a seguinte frase:

“Você já digitou a senha! Agora Aguarde!!!”

            Sim, com todas estas exclamações. Só faltava um “Sua besta!!!!” no fim.

`           Poderia, logo após a primeira digitação, ter aparecido uma telinha simpática em cor azul clara (que acalma o usuário) dizendo “Aguarde um momento, por favor”? Sim, poderia.

            O que isto significa?

            Você certamente já percebeu isso. Existem aplicativos que são um verdadeiro passeio, fácil de usar, de bom astral, interagindo com você de modo que você passa quase o dia todo nele se sentindo super bem.

E tem aplicativos que você tem que tomar um antidepressivo antes de clicar e abrir, certo?

            Aplicativos confusos, ineficientes, agressivos, que em geral não resolvem os seus problemas, são disponibilizados com vários defeitos e por aí vai? Você conhece algum banco… quer dizer, aplicativo assim?

            Você sabia que existe uma matéria em algumas faculdades chamada UX? User Experience, ou Experiência do Usuário?

            São profissionais que vão analisar o front-end, a parte do programa que interage com você e vão estudar se você vai ficar feliz ao utilizá-lo ou se vai jogar seu celular longe de tanta raiva.

             Isto porque, nenhum programa tem como ser feito sem carregar a personalidade dos programadores para dentro dele.

            Apenas de olhar um programa nosso, eu sei dizer qual dos programadores o fez.

            Então vai minha primeira pergunta:

  • Você acha que máquinas dotadas de inteligência artificial tem como agir de forma emocional de modo a te deixar feliz ou te irritar?

Bom, neste ponto acredito que você esteja pensando: Ah! Mas não é a máquina que sente a emoção, é apenas a personalidade dos programadores ou treinadores gravada lá dentro”. Ok, me aguarde…

A Inteligência Artificial que causou a demissão do engenheiro do Google por ele afirmar categoricamente que ela se sente viva, é uma inteligência artificial encarregada de estudar diálogos entre humanos (simplificando).

            Ela ouve milhares de conversas e atendimentos feitos entre humanos e tenta achar um jeito de atender um humano de uma forma tão perfeita e anti-estressante que o humano que interage nem perceba que não está falando com outro humano.

            Para isso, ela é especialmente criada para ter opinião sobre o que ouve e discutir isso com seus treinadores.

            Ela tem que perceber nuances como “Ah! Mas se eu responder isso e a pessoa tiver mais idade ela não vai gostar, pois sua educação considera este termo agressivo, coisa que não acontece com jovens.”

            O treinador demitido fez uma série de perguntas pessoais e a IA respondeu de forma tão pessoal que deixou o treinador convicto de que ela se considera um ser vivo.

            Os engenheiros do Google, após analisar os diálogos responderam que não é nada disso, ela não tem sentimentos, ela apenas analisou milhares de formas de perguntas e respostas e respondeu “Como a maioria das pessoas que ela analisou teria respondido.”

Minha pergunta para você:

  • Quando você analisa uma pergunta, em especial uma pergunta com algum fundo emocional, a resposta surge do nada no seu cérebro ou é o resultado de todas as experiências que você teve de diálogo e sensações e emoções na interação com todas as outras pessoas no decorrer da sua vida?

Tem outro jeito de ter opinião seriamente?

O que é estar vivo?

            Para quem não viu, recomendo muito assistir a primeira temporada da série WestWorld (só a primeira, o resto achei muito mais do mesmo).

            No 10º e último capítulo da série, a personagem principal, uma androide com inteligência artificial muito evoluída, pergunta para o seu tutor: 

            “Será que eu estou viva?”

            A resposta que dão lá foi de uma visão tão profundamente filosófica que pode ser aplicada a cada um de nós.

  • Como você sabe que é um ser vivo?

            Não vou dar este spoiler no artigo, pois alguns de vocês podem não ter assistido e eventualmente podem ter assistido e não percebido a mensagem.

            Mas vou te dar uma resposta semelhante através da proposição de um problema que leva à nossa última questão.

            Você é você, tem sua história de vida, seus momentos tristes e felizes, tudo o que te construiu a partir daquele cérebro de bebê sem quase nenhuma informação e sem saber o que fazer com os seus 5 sentidos do dia em que você nasceu.

            Imagine agora que você sofra um acidente e esteja em um hospital com pouco tempo de vida.

            Por algum milagre da tecnologia eu consiga ligar seu cérebro em uma máquina, ler todo o seu conteúdo (analógico e digital – para contentar a todos os leitores) e gravar nesta máquina. Esta máquina ainda não existe, mas na minha opinião não demora muito para chegar. Minha experiência mostra que a engenharia, até hoje, conseguiu construir todos os impossíveis e inimagináveis a que foi exposta no decorrer dos séculos. Alguém de ciência deveria pensar bem antes de usar o termo impossível.

            Pois bem, assim que eu ligo a máquina, você fica um bom tempo em uma certa confusão mental, mas, devido à incrível plasticidade do cérebro, consegue perceber que dá para enxergar através de uma câmera, falar com seus alto falantes, ouvir com o microfone ligado no computador onde você está agora.

            Assim que você “se ajeita” com seus novos 5 sentidos, começa a balbuciar algumas coisas pelo alto-falante e está ouvindo e entendendo tudo o que dizemos aqui fora.

            Você se sente bem, lá dentro.

            Dentro de alguns dias eu converso com você, você me conta boa parte da sua vida, que está muito feliz de conseguir ver sua família, mesmo pela câmera, não vê a hora de conversar com eles.

            Aí eu comunico para você que o outro você, seu corpo antigo, acabou de falecer.

            Você acha incrível, fica triste, mas já tem planos de começar a estudar, já que você lê muito mais rápido que antes e pretende seguir uma nova carreira.

            Minha pergunta é muito simples:

  • Nesta situação, devemos te considerar uma pessoa viva ou uma máquina?

Eilor A Marigo
Twitter: @eilor
Instagram: @eilor.a.marigo

Acompanhe, siga, leia e não perca:

Universo Programado    Victor Dias – Neurônios Artificiais e Aprendizado de Máquina

Muito Além do nosso EuMiguel Nicolelis – Livro, Estudo do Cérebro e Desdobramentos para o futuro.

Neuralink – Elon Musk – Projeto de uso de Chip dentro do cérebro humano.

WestWorld – Série HBO (primeira temporada)

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